sexta-feira, 13 de maio de 2016

Doença celíaca e intolerância à lactose



Doença celíaca e intolerância à lactose


Entre as patologias que mais tem acometido parte da população é a intolerância ao glúten. Sabemos que a doença celíaca, como é conhecida a patologia, acomete cerca de 1% da de crianças e adultos, as manifestações variam de acordo com a faixa etária. Nas crianças pequenas: diarréia, vômito, irritabilidade, distensão abdominal e problemas de desenvolvimento. Nos adultos, a apresentação clássica é de crises de diarreia acompanhadas de dor e desconforto abdominal. Ao lado dessas manifestações, outras mais silenciosas: anemia, emagrecimento, dermatites, redução dos níveis de cálcio, alterações hepáticas, sintomas neurológicos e prisão de ventre.

É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (sub-produto da cevada). A ingestão de alimentos com este tipo de proteína pelos celíacos se torna tóxica e provoca lesão no intestino delgado, impedindo a adequada absorção dos alimentos e causando uma atrofia da mucosa intestinal, a qual pode levar cerca de 2 anos, desde o termino do consumo de alimentos que contenham o glúten, para se reestabelecer.

Um de seus componentes, a gliadina, contém a maior parte dos componentes nocivos. As moléculas não digeridas de gliadina, ao entrarem em contato com as camadas mais internas da mucosa intestinal, disparam uma reação imunológica no intestino delgado, causadora do processo inflamatório crônico responsável pelos sintomas. A moléstia não se desenvolve em quem não seja portador do gene HLA-DQ2 ou HLA-DQ8, condição necessária, mas não suficiente, para sua instalação.


 
Já a intolerância à lactose acontece como consequência de um outro problema: a deficiência de lactase. Ela ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade necessária de da enzima lactase, cuja função é quebrar as moléculas de lactose e convertê-las em glicose e galactose.

As causas para a intolerância à lactose variam de acordo com o seu tipo:

Intolerância à lactose primária

Durante a infância, o corpo produz muita enzima lactase, pois o leite é a fonte primária de nutrição após o nascimento. Na maioria dos mamíferos a atividade da enzima lactase diminui na parede intestinal após o desmame, caracterizando a hipolactasia primária que provoca sintomas de intolerância à lactose.

Intolerância à lactose secundária

Este tipo de intolerância ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade normal de lactase por causa de alguma doença, cirurgia ou injúria. Algumas condições que podem levar a um quadro de intolerância à lactose secundária são a doença celíaca citada acima e a doença de crohn, por exemplo.

Intolerância à lactose congênita

É possível que bebês nasçam com intolerância à lactose por causa da deficiência total de lactase no organismo. Essa é conhecida como herança autossômica recessiva e é passada de geração em geração.
Seus principais sintomas são: diarreia, vomito, dores e distensão abdominal, gases em excesso, entre outros.

Bárbara Alice do N. Tiburcio

http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/quin_mostra/cristiane_rickli_barbosa_1.pdf
http://drauziovarella.com.br/crianca-2/a-doenca-do-gluten/


http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a25v56n2.pdf
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/intolerancia-a-lactose


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Megacólon

O termo megacólon, por consagração, é usado para designar a dilatação e o alongamento do intestino grosso, fundamentalmente devido a alterações da inervação intrínseca dessa víscera, com os conseqüentes distúrbios morfológicos e funcionais.
Com essa definição e com o fator etiopatogenético, o megacólon pode ser congênito (doença de Hirschsprung) e adquirido (de natureza tóxica ou estar associado a outras doenças como 
hipotireoidismo, doença de chagas, etc).
Para entender um pouco mais sobre a fisiopatologia do megacólon, vamos nos deter a fisiologia da motricidade do intestino grosso e como ela se dá:
A motricidade (peristaltismo) do intestino é controlada por estruturas nervosas de características distintas que são o sistema nervoso intrínseco (SNI) e o sistema nervoso extrínseco (SNE).






a. SNI (sistema nervoso intrínseco)
Como em todo o tudo digestivo, anatomicamente o SNI é constituído por plexos situados na submucosa (plexo de Meissner e de Henle) e na túnica muscular (plexo de Auerbach). Esses neurônios são neurônios excitadores (colinérgicos), inibidores (adrenérgicos) e neurônios excitadores e inibidores não adrenérgicos ou não colinérgicos, denominados de purinérgicos e que têm como mediadores o ATP e o VIP (polipeptídio intestinal vasoativo). Para o EAI os neurônios purinérgicos são inibidores. A atividade tônica persistente do EAI, deve-se, também, a atividade intrínseca (miogênica), além da atividade da inervação extrínseca.


b. SNE (sistema nervoso extrínseco)
b1. Simpático
O comando nervoso simpático é inibidor para o reto. A noradrenalina liberada inibe a atividade tônica do reto e promove a excitação do esfíncter anal interno, por ação direta da noradrenalina nos receptores alfa das fibras musculares lisas do esfíncter anal interno.

b2. Parassimpático
O reto e o EAI são inervados por centros parassimpáticos sacrais (S1-S3). No reto, as fibras fazem sinapses com neurônios intramurais colinérgicos excitadores e com neurônios purinérgicos inibidores. A via excitadora, que reforça uma contração sempre presente no reto, tem papel essencial na atividade propulsiva desse segmento do intestino grosso.
   Assim, o sistema nervoso parassimpático, essencialmente excitador para o reto, é inibidor para o EAI, porém de forma não relevante.
  




No megacólon congênito, presente desde o nascimento, ocorre um defeito genético em que partes do intestino grosso não recebem as terminações nervosas acima citadas, que controlam as contrações intestinais. Como consequência, os movimentos peristálticos não se dão e as fezes ficam retidas no intestino, ao invés de se encaminharem em direção ao ânus. No megacólon chagásico, por exemplo, a dilatação do cólon ocorre devido à destruição irreversível dos plexos nervosos de parte da musculatura intestinal, o que leva à perda de peristaltismo e a uma dificuldade de funcionamento dos esfíncteres.
Quais são os principais sinais e sintomas do megacólon?
Os principais sinais e sintomas do megacólon são uma prisão de ventre crônica e progressiva que exige cada vez doses maiores de laxativos, até se tornar não responsiva a eles e uma distensão abdominal, que quando muito evoluída, pode levar à ocorrência de vômitos fecais, em razão de um refluxo de fezes.
Como o médico diagnostica o megacólon?
A suspeita diagnóstica pode ser feita por meio da história clínica e um diagnóstico de maior certeza pode ser feito por meio de uma colonoscopia que evidenciará a dilatação de parte do intestino grosso. O acúmulo prolongado de fezes pode ocasionar úlceras na mucosa intestinal e pequenos sangramentos, que se tornam visíveis na colonoscopia. Também é usado o enema baritado, em que um contraste é introduzido através do ânus, além de radiografias seriadas.


Como o médico trata o megacólon?
Somente os casos muito leves podem ser tratados clinicamente, por meio de laxativos. O uso de enemas (introdução de líquido no ânus, para lavagem) pode aliviar os sintomas do paciente, mas o uso repetido deles pode lesar a parede intestinal e causar laceração, permitindo que as fezes extravasem para o interior da cavidade abdominal, gerando sepse. O tratamento definitivo do megacólon é feito por meio de cirurgias, seja para realização de uma colostomia (estabelecimento de um orifício na parede abdominal para eliminação das fezes), seja para conectar a porção do intestino normal ao ânus, desprezando a parte doente.



Publicado por Mateus Nogueira silva
Referências:


quarta-feira, 11 de maio de 2016

BUUUURRP!!!

O que é o arroto?

Arrotar é o ato de expelir ar do estômago pela boca. Em geral ocorre quando o estômago se distende (se expande) pela deglutição de excesso de ar - o arroto libera o ar para reduzir a distensão (expansão). É também conhecido como eructação.
Há várias razões para a deglutição de mais volume de ar do que o normal, sendo que as mais comuns são:
  • Comer ou beber muito depressa
  • Beber bebidas gaseificadas
  • Ansiedade.

Alguns alimentos e bebidas também podem causar arrotos mais frequentes. Estes incluem: refrigerantes, álcool e alimentos ricos em amido, açúcar ou fibras que causam gases. Sendo que os mais comuns são: feijão, lentilha, brócolis, ervilhas, cebolas, repolho, couve-flor, banana, passas e pão de trigo integral.

Alguns medicamentos podem levar a eructação. Estes podem incluir a acarbose, comumente usados para tratar diabetes tipo 2, laxantes como lactulose e sorbitol, e medicamentos para a dor, como naproxeno, ibuprofeno e aspirina, uso excessivo pode levar a gastrite, uma condição que pode causar arrotos.

Como tratar o arroto?

Eructação normal não necessita de qualquer tratamento. No entanto, se arrotos se tornam excessivos é aconselhável entrar em contato com um profissional médico para explorar possíveis condições que podem causar o problema. O tratamento dependerá da causa.
Se você está arrotando excessivamente ou se seu estômago está distendido e você não consegue expulsar o ar, deitar de lado geralmente ajuda. Ficar em uma posição de joelhos encostados no peito também pode ser útil. Mantenha a posição até passar. 
Evite comer e beber rapidamente, bebidas gaseificadas e mascar chicletes se você estiver enfrentando arrotos excessivos.

Como previnir o arroto?

O arroto é uma ação natural, mas pode ser controlada, evitando os itens que são mais propensos a fazê-lo arrotar. Se você quiser evitar arrotos, você deve:
  • Sentarse e comer cada refeição lentamente
  • Evite mascar chiclete ou chupar balas duras
  • Evite bebidas gaseificadas e álcool
  • Parar de consumir todos os alimentos ou bebidas que fazem o arroto mais frequentes
  • Tome suplementos probióticos para ajudar na digestão
  • Evite situações indutoras de ansiedade que podem causar hiperventilação.



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9_PZknRBZxRrBiY-3pSt6WgamyjThXG4j9jCKQzUmyoQj8pa4EsKTnfI_ahTQ9ABYuN_pFixmyQwYWrBTbrlxYPYy2ojwEE23lvuC4KOyR3mix6yiu0LXGaMp2G1Ot7ViNKlFMeeNARmS/s1600/arroto.gif

terça-feira, 10 de maio de 2016

DRGE : Doença de refluxo gastroesofágico.

Trata-se de um dos problemas mais comuns relacionados ao aparelho digestivo. Estima-se que cerca de 45% da população ocidental relate a ocorrência de um episódio de refluxo por mês e que 5 a 10% destes indivíduos façam referência diária ao sintoma.

O QUE É : 


http://www.progastrojoinville.com.br/enciclopedia/doenca_do_refluxo_gastroesofagico

      A doença do refluxo gastroesofágico ou DRGE ocorre quando o esfíncter inferior do esôfago (EIE) não se fecha apropriadamente e o conteúdo do estômago extravasa de volta para o esôfago. O EIE é um anel de músculo na parte inferior do esôfago que age como uma válvula entre o esôfago e o estômago. O esôfago transporta o alimento da boca para o estômago.

Quando o ácido refluído do estômago toca a parede do esôfago, ele causa uma sensação de queimação no tórax ou garganta denominada pirose (azia). O gosto do líquido pode até ser sentido na parte de trás da boca e é chamado de indigestão ácida. A azia que ocorre mais que duas vezes numa semana pode ser considerada DRGE e ela pode, eventualmente, conduzir a problemas mais sérios de saúde. 

Qualquer um, incluindo bebês, crianças e mulheres grávidas, podem ter DRGE. 


Causas e fatores de risco da DRGE :

     A causa da DRGE é multifatorial e depende da barreira antirrefluxo (esfíncter esofagiano inferior e diafragma crural), da depuração esofagiana (ação da gravidade, peristalse e salivação), da resistência da mucosa esofágica e/ou do esvaziamento e pressão intragástricos (BICCAS et al., 2009).
      O esfíncter esofagiano inferior (EEI) é composto de músculo liso e está sob controle não colinérgico e não adrenérgico. Ele é mantido em estado de contração constante, principalmente devido à atividade miogênica extrínseca, mas seu tônus de repouso é afetado por vários fatores neurais e hormonais. O tônus do esfíncter aumenta em resposta às pressões intra-abdominais aumentadas e durante as contrações gástricas (ANDREOLLO; COELHO-NETO; LOPES, 2010).

       
        Em suma, vários fatores contribuem para tornar o refluxo patológico: número excessivo de episódios de refluxo, depuração esofágica prolongada ou deficiente, menor resistência da mucosa ao conteúdo refluído, ou pela intera- ção do refluxo ácido com co-fatores dietéticos, comportamentais e emocionais (RAPÔSO et al., 2010)

Sintomas
  • Azia
  • Dor no peito
  • Dificuldade para engolir
  • Tosse seca
  • Rouquidão
  • Dor de garganta
  • Regurgitação e refluxo de suco gástrico
  • Inchaço na garganta
  • Náusea após refeições.

A DRGE é grande problema de saúde pública e afeta 12% da população brasileira. O anamnese é fundamental para o diagnóstico da DRGE, com atenção especial aos sintomas típicos e atípicos (duração, intensidade, freqüência, fatores desencadeadores e relevantes, evolução e impacto na qualidade de vida). A endoscopia digestiva alta e a pHmetria esofagiana são os métodos mais sensíveis de diagnóstico. O tratamento clínico é a norma no controle dos sintomas; entretanto, o grande problema é manter os pacientes assintomáticos. O tratamento cirúrgico é indicado para os pacientes que requerem uso contínuo de fármacos, que são intolerantes aos fármacos e que apresentam as formas complexas da DRGE.


Referências :
Gastroesophageal Reflux Disease: a review of literature Pedro Lopes Fraga1 Fábio dos Santos Cosso Martins2

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO Diagnosis and management of gastroesophageal reflux disease Maria Aparecida Coelho de Arruda HENRY



Ingrid Andrade de Meneses.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Tratamento da Obesidade

A obesidade é uma doença que afeta mais da metade da população brasileira, principalmente jovens em idade escolar, ela é um distúrbio que envolve o excesso de gordura o que acaba levando a um aumentando do risco de problemas de saúde.
Imagem 01 - Criança obesa devido dieta desbalanceada e
sedentarismo.
Profissionais da área da saúde buscam incessantemente maneiras de conter o avanço da obesidade mundial através de ações de promoção de saúde, de técnicas cirúrgicas ou de tratamentos medicamentosos. Mas como essa doença é fruto do hábito de vida do paciente, ela vai além da prática médica, pois é dependente da vontade do paciente. Vejamos algumas intervenções médicas e sua implicação no corpo do obeso.

Promoção de Saúde

"É uma estratégia de articulação transversal na qual se confere visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre necessidades, territórios e culturas presentes no nosso País, visando à criação de mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a equidade e incorporem a participação e o controle sociais na gestão das políticas públicas.” (Política Nacional de Promoção da Saúde , Brasil, 2006).

Trazendo para a realidade do post, a promoção de saúde tem como principal função a ampliação de oportunidades de espaços para a realização de atividades físicas e conscientização da necessidade desse prática para a população, tendo em vista que o sedentarismo é o principal fator de risco para a obesidade. São exemplos de ações de promoção de saúde as ciclofaixas e campanhas de conscientização de bons hábitos alimentares e dos riscos da obesidade.
Imagem 02 - Ciclofaixa em São Paulo. 
Imagem 03 - Campanha do Ministério da Saúde no
Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil.

Técnicas Cirúrgicas

A primeira cirurgia bariátrica foi realizada em 1954, depois que os médicos observaram que pacientes que passavam por cirurgias para tratar traumas e infecções no intestino emagreciam muito. A princípio, o procedimento diminuía o intestino delgado, dificultando a absorção dos alimentos. Só depois as técnicas passaram a focar só o estômago.
 
As principais indicações para a intervenção cirúrgica é que o pacientes esteja 45 kg acima do peso ideal, ou com IMC superior a 40, ter histórico de não conseguir perder peso e a obesidade interfira no seu bem-estar físico, mental e social. Após a cirurgia é necessário um acompanhamento nutricional e psicológico.

No estômago está presente enzimas que degradam nutrientes que serão absorvidos no intestino. Na redução de estômago a área de secreção dessas enzimas é diminuída significativamente, limitando a degradação de nutrientes e consequentemente a absorção intestinal.

Tipos de cirurgias bariátricas ou de redução de estômago:
  • Bypass - Essa é a técnica mais realizada atualmente no Brasil. Nessa técnica há a desativação de 80% do estômago como pode ser observado no vídeo abaixo.
  • A gastrectomia vertical (GV) - Nessa técnica há a extração de até 75% do estômago, deixando-o com a aparência de um tubo que conecta o intestino e o esôfago. 


Tratamento Medicamentoso

Para iniciar esse tratamento é necessário a indicação médica. Pois muitas medicações alteram a homeostasia do corpo.

Tipos de remédios usados para emagrecer:

  • Anorexígenos - Esse medicamento tem ação sobre o hipotálamo, inibindo a fome. Além disso ele também têm como função acelerar o metabolismo.

  • Sacietógenos - Age diretamente no sistema nervoso central aumentando a liberação da noradrenalina e da dopamina, dois neurotransmissores do sistema serotoninérgico. A liberação aumenta a biodisponibilidade destes neurotransmissores e por isso, reduzem o sono e a fome e deixam o indivíduo super agitado.
  • Inibidores da Enzimas Lipases - Esse medicamento impede  a degradação de lipídeos ingeridos na alimentação, com isso há a esteatorreia, ou seja, eliminação da gordura nas fezes.
Também há os remédios naturais que tem as mais diversas funções, como:
  • Acelera o metabolismo;
  • Aumenta a queima calórica em repouso;
  • Reduz o apetite;
  • Possui propriedades antioxidantes o que melhora a flacidez e a aparência da pele;
  • Regula o intestino;
  • Estimula a eliminação de gordura e impurezas através das fezes;
  • Diminui a ansiedade;
  • Tira a vontade de comer fora de hora;
Para o emagrecimento é de fundamental importância a atividade física e a dieta.

Publicado por Ricardo Baracho
Referências:
http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/index.php/programas/promocao-da-saude/promocao-da-saude
http://cirurgia-bariatrica.info/
http://www.scielo.br/pdf/abcd/v26s1/a16v26s1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/abcd/v27s1/pt_0102-6720-abcd-27-s1-00063.pdf
http://www.endocrino.org.br/artigo-medicamentos-para-emagrecer/

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Cistos renais

Cistos renais

Cistos renais são dilatações de certas partes do néfron, que é a unidade funcional do rim. Na maioria das vezes, os cistos são bolsas de paredes finas e bem definidas e são cheios de um líquido semelhante ao plasma ou por algum material sólido. Os cistos renais podem ser simples, preenchidos por líquido (cerca de 70% dos casos) ou complexo, preenchido também por algum material sólido. Em certos casos há áreas de fibrose e contornos irregulares. Essas alterações podem acometer apenas um dos rins ou ambos e habitualmente são poucos e de tamanhos diminutos. Quando são muitos, fala-se de doença renal policística ou rim policístico.

Existem dois tipos de cistos renais:

- Simples
- Complexos

A frequência exata dos cistos renais na população varia de estudo para estudo, mas estima-se que nas pessoas acima de 50 anos a incidência fique entre 20 e 50%. Podemos dizer, portanto, que o cisto renal é como cabelo branco, quanto mais a pessoa envelhece, maior é a chance de tê-lo.
Os cistos simples normalmente são assintomáticos, ou seja, não geram dor ou desconforto ao portador. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito de forma acidental através de uma ultrassonografia ou tomografia computadorizada de abdômen, solicitada por qualquer outro motivo. A imensa maioria dos cistos renais são lesões benignas que raramente necessitam de tratamento. Um cisto renal simples não é um tipo de câncer nem tem risco de virar câncer no futuro.

Os cistos simples são formados por ar ou liquido em seu interior, tem a forma regular, sem depressões e aspecto de bolha. Se o conteúdo interno desta bolha for pus, chamamos de abscesso e não de cisto.

Já os cistos complexos são formações que tem em seu interior algum tipo de material sólido, tem áreas fibrosas, são irregulares e na sua maioria geram desconforto ao paciente. Podem ser diferenciados dos simples por exames de tomografia e ultrassom. Porém as vezes os cistos complexos se confundem com tumores renais e é preciso exames mais detalhados para diferencia-los.
Para melhor distinguir um cisto complexo de um tumor, dois exames podem ser indicados: tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Existe uma classificação chamada de Bosniak, que vai de I a IV, e serve para caracterizar o cisto renal na tomografia computadorizada:
 Bosniak I é o cisto renal simples e benigno.
 Bosniak II também é um cisto renal benigno mas que contém alguns septos e discretas calcificações que podem ser confundidos ao ultrassom.

 Bosniak III são cistos grosseiros com paredes grossas, vários septos e material denso no interior. Pode ser um câncer, mas também um cisto que sangrou ou que infeccionou. Esse achado indica maior investigação.

 Bosniak VI são os cistos renais com características de câncer.

Cistos Bosniak I e II são benignos e devem apenas ser acompanhados periodicamente para se ter certeza de que não há complicações ou alterações nas suas características.
Cistos Bosniak III devem ser melhor avaliados com biópsia guiada por imagem ou através de cirurgia.
Cistos Bosniak IV devem sempre ser operados, uma vez que mais de 80% deles são cânceres.



 Bárbara Alice do N. Tiburcio







quinta-feira, 5 de maio de 2016

Glicosúria

Os rins atuam como o filtro do sangue. Quando o sangue é filtrado, a glicose se torna parte do filtrado glomerular, juntamente com tantas outras substâncias. O líquido filtrado passa através da rede de tubos do rim, onde as substâncias que estão presentes no filtrado glomerular, mas são necessárias, como a glicose, se reabsorvem e voltam à circulação sanguínea, enquanto as substâncias indesejáveis se excretam pela urina. Na maioria das pessoas saudáveis a glicose é reabsorvida completamente e passa de novo para o sangue.



Seguindo esse conceito, temos:
Concentração de glicose na urina:
Zero → em exames de urina simples, a glicose não deveria ser encontrada.
30 a 90 mg/ml → no exame de urina de 24 horas, independentemente se o paciente é um homem, mulher ou criança.

À medida que a concentração plasmática de glicose se aproxima dos 200mg/ml, o mecanismo reabsortivo é acelerado até atingir o ponto máximo, em que a reabsorção se torna constante, não podendo ser mais aumentada. Esse ponto é chamado limiar de reabsorção da glicose. Acima do valor plasmático de 340mg/ml , a glicose deixa de ser completamente absorvida no sistema tubular e passa para a urina, podendo ser facilmente detectada pelos testes de glicosúria.

As doenças que podem causar um aumento significativo dos níveis de glicose no sangue podem causar glicosúria. Outra causa possível é a incapacidade dos túbulos renais para reabsorver a glicose eficientemente mesmo quando a glicose é normal. Neste caso a glicose é alta na urina, mas não no sangue, portanto neste caso a glicosúria é sem diabetes. O açúcar elevado no sangue (ou hiperglicemia) pode ser devido a doenças como diabetes mellitus. Esse e o motivo porque a glicosúria é considerada um sinal de diabetes. Ou seja, aquela história de que glicose no sangue só pode ser diabetes, é mito, pode ser causada por uma insuficiência renal, além de outras disfunções que afetem o sistema renal.
A glicosúria pode ainda ser associada a situações benignas, como comer uma refeição pesada ou uma grande quantidade de alimentos açucarados. O estresse emocional pode aumentar o nível de açúcar no sangue e urina. A alimentação excessiva pode causar um aumento no nível de glicose no sangue superior ao limiar renal anteriormente citado. Por outro lado, a glicosúria renal é a condição em que os rins não conseguem reabsorver a glicose completamente, mesmo quando o açúcar no sangue é normal. Esta doença pode ser associada com:
·         Problemas renais
·         Síndrome de Fanconi
·         A doença de Wilson
·         Cistinose
·         Tirosinemia hereditária
·         Intoxicação por metais pesados
·         Síndrome de Lowe
·         Nefrite intersticial



Antigamente, quando as tecnologia para diagnóstico de diabetes ou disfunção renal (reabsorção da glicose) não eram mais fáceis como hoje, suspeitava-se que alguém em sua casa estava com diabetes pelo simples fato de haver aglomeração de formigas no vaso sanitário. Pode ser um indicativo, mas deve-se se fazer os testes recomendados, como por exemplo o que está abaixo: 

Testes dos níveis de glicose na urina

O nível de glicose na urina é determinado pelo teste da “mancha”, que diz se a glicose está presente ou não na urina. Este teste inclui uma haste e um tampão sensível de cor, umedecido com produtos químicos específicos que reagem com a glicose. Quando a urina entra em contato com a tampão e a haste, o tampão muda de cor se existe glicose na urina. Além disso, a tonalidade e a cor também indicam o nível de concentração de glicose na urina.






Fundamentos da circulação extracorpórea, Volume 1- Sistema renal.


Publicado por Mateus Nogueira Silva.